quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Justa Causa


Roberto trabalhava num banco fazendo análises para concessão de crédito. A política do banco era ceder empréstimo para o máximo de pessoas possível, mesmo sabendo que o solicitante ficaria pendurado até o pescoço. As leis do país e os critérios do banco permitiam isso. Além disso, Roberto ganhava uma comissão gorda. Por que não? 



Certo dia, Roberto atendeu um senhor visivelmente desesperado, que possuia uma fisionomia muito parecida com a de seu falecido pai. O homem precisava de um empréstimo para pagar uma velha dívida. Todavia, na análise, Roberto percebeu que esse empréstimo não seria a melhor solução para o senhor que sentava à sua frente. Se ele concedesse o empréstimo, o senhor ficaria numa enrascada financeira muito mais séria do aquela em que já estava. 

Roberto pensou na política do banco, pensou na prometida comissão... Não deu. Não iria aprovar aquele empréstimo, visto a situação daquele senhor. Não era isso que ele iria querer para o falecido pai dele. Não era justo. Por isso, Roberto foi conversar com seu gerente para esclarecer o por que não aprovaria o crédito. 

Chegando lá, ele explicou tudo ao chefe e, mesmo assim, o gerente mandou Roberto aprovar o crédito. O funcionário, mais uma vez, numa última tentativa de esclarecimento, explicou a situação. Mas o gerente bateu o pé que ele deveria aprovar o empréstimo, dando-lhe uma ordem direta.

Roberto não acatou a ordem e rejeitou o pedido de empréstimo do senhor que parecia seu falecido pai. No outro dia, Roberto foi chamado ao RH do banco e recebeu a notícia: fora demitido por justa causa.

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