quarta-feira, 5 de junho de 2013

Gosto também é educação


Por anos toquei guitarra, até que um dia, por necessidade, comecei a estudar o contra-baixo. Nunca tinha prestado muita atenção no papel do baixo na música. Foi o estudo e a pratica que me fizeram educar o meu ouvido para prestar atenção em cada nota e em cada cadência daquele grave instrumento. 

Foi aí que comecei a entender a função rítmica e de harmonia do baixo. Não virei um bom baixista, mas agora eu aprecio o contra-baixo muito mais que antes. O mesmo me ocorreu com relação ás cores e á moda: eu comecei a treinar meu olhar como treinei meu ouvido.

Quando se fala em educação do gosto, é disso que se está falando. Não de uma dogmatizacao, mas sim de uma capacitação estética. É difícil saber apreciar um vinho, curtir jazz, ou fruir um quadro sem o treino dos sentidos.

A escola tem parte importante nesse tipo de educação estética: ela nos treina para a apreciação da literatura, por exemplo. 

Quando a escola vai mal, o gosto do país vai mal não porque curte Michel Teló, mas sim porque, incapacitado, ele não é capaz de curtir outra coisa, dado que fica muito limitado. É aí que o pianista é agredido na escola pública.

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